_Instintivamente calado_

Eis o vento que toca levemente sua face a buscar-te um sorriso ou expressão similar. Analisas o dia. E nem mesmo a calmaria ou o cantar dos pássaros são hoje capazes de animar-te. Podes trovejar e chover.

-Nada mais pertence-me hoje, exceto o sofá apertado e inquieto de alguém estarrecido de lembranças frente a uma monótona e chata televisão.

Não queres mais pensar em nada. E guarda para si tudo que sentes. Mutável. Gritante. Instintivamente calado. Fraco demais para se mostrar forte por todas as horas. Embora forte por suportar tais circunstâncias.

Preferes não imaginar nada além dos poucos segundos que estão por vir. Ou então, eleva o pensamento a meses longínquos. Mas na verdade sabes o que esperas. E construções momentâneas de quereres já não a levam a lugar algum.

-O importante agora é embrulhar-me em edredons, fazer umas pipocas e comer chocolates, esperando vir as próximas cenas de um incerto futuro.

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